Audiência Pública debateu “Violência e Racismo na Abordagem Policial”
Relatos com graves denúncias relacionadas a abordagens policiais, em especial na cidade de Jequié, marcaram a Audiência Pública realizada na Câmara Municipal, nesta sexta-feira, dia 1 de setembro. O encontro, conforme colocado na abertura pelo presidente da Câmara, vereador Emanuel Campos (Tinho), busca encontrar caminhos no sentido de melhorar o relacionamento entre as forças de segurança e a população, diante do cenário de violência que tanto tem provocado apreensão na comunidade local.
O evento, foi proposto por movimentos sociais, entidades, sindicatos e outros interessados, a exemplo do Conselho Popular de Jequié, Odeerê, Mocambo Mulher, Território Médio Rio das Contas, APLB, Sind-ACS/ACE, Adusb, além da própria Câmara Municipal.
Para a Audiência Pública, foram enviados convites aos mais diversos órgãos públicos e representações da sociedade civil organizada, para que todos pudessem contribuir para a construção de uma cidade melhor, ou seja, sem racismo, sem discriminação, não somente nas abordagens policiais, como também, no dia a dia de Jequié e Região.
Os primeiros relatos foram feitos por dois professores com denúncias de que foram vítimas de abordagens truculentas em momentos distintos, sendo um durante o São João de Jequié e o outro no São Pedro de Ipiaú, evidenciando, conforme observado pela representação da Defensoria Pública do Estado que a truculência não se resume a guerra às drogas.
Na sequência, outros depoimentos de pessoas residentes em bairros populares trouxeram informações sobre uma possível rotina de violência policial no dia a dia da cidade que vão além das abordagens truculentas nas madrugadas. Uma senhora contou ter sido vítima de violência sexual. Os detalhes chocaram a plateia. Afirmou está decepcionada com a situação porque entende que as instituições policiais existem para proteger a sociedade.
Também foi estarrecedor o depoimento de um cidadão com relatos de que tem criança com medo de ir à escola e com pavor de polícia, com casos de criança que faz xixi na roupa quando escuta a sirene da viatura.
Afirmou que somente quem mora na periferia e que é pobre e preto sabe o sofrimento que eles vivem e fez um apelo ao governador Jerônimo Rodrigues para que o Governo do Estado adote providências para que os lares dos pobres periféricos venham a ser respeitados. “Estamos aqui para pedir socorro”, enfatizou. E concluiu: "Que isso aqui chegue à mesa de Jerônimo".
Ao concluir a Audiência Pública, os movimentos cobraram a implementação de políticas públicas voltadas para a juventude.
A reunião foi transmitida, ao vivo, pela TV Câmara, a mesma pode ser assistida pelo canal YouTube nos links a seguir:
Link 1
https://www.youtube.com/watch?v=NAQiEyc7KC8